A MANIFesta de Tondela
Por decisão do Conselho Promotor da MANIFesta de Santarém, foi atribuída à Animar a responsabilidade de dar continuidade ao evento, com o apoio de um Conselho Alargado (que mais tarde viria a ser designado por Conselho MANIFesta) e um parceiro local.
A ACERT propõe-se realizar a segunda edição da MANIFesta, assumindo a qualidade de parceiro local que, com a Animar, começam a desenhar o modelo da iniciativa.
A MANIFesta de Tondela foi marcante, não só pela adesão de um número maior de associações e pela qualidade da sua programação cultural e dos debates, mas também pelo reconhecimento institucional obtido. Punha-se o grande desafio de provar ao poder e à sociedade que a primeira MANIFesta (em Santarém) não fora um “milagre”, mas sim o reflexo da vitalidade, implantação e capacidade de intervenção do movimento associativo de desenvolvimento local. A aposta da afirmação institucional foi ganha: o Presidente Jorge Sampaio percorre e discursa na MANIFesta, e nela participam várias instituições do Estado, para além de entidades, associações e iniciativas de desenvolvimento local e rural, agentes e animadores culturais e associativos.
A Assembleia MANIFesta, que registou mais de 200 participantes, 100 intervenções e debateu 25 teses, produziu a Declaração de Tondela, a qual constata que, sobrepondo-se ao prometido crescimento e progresso, aquilo que se verificava no país era o acentuado agravamento da “pobreza, da desigualdade e da exclusão social, a delapidação ou abandono dos recursos naturais, a massificação cultural… a permanência ou ameaça de autoritarismos administrativos e políticos”, pronunciando-se pelo direito dos cidadãos a “resistir e a construírem alternativas” lançando “as sementes de uma sociedade à escala humana, que coloque a vida… como princípio e fim de todas as instituições sociais, e em especial da economia”.
O Ministro da Solidariedade e Segurança Social, Ferro Rodrigues, assistiu ao final dos trabalhos, tal como Rui Nery, Secretário de Estado da Cultura, e Fausto Correia, Secretário de estado da Administração Pública.
Durante o evento editaram-se o Diário da MANIFesta e o boletim Notícias Frescas, publicou-se o álbum Glocais, o CD MANIFestaSONS e as fotos da exposição Fotografia&Desenvolvimento. Houve um Espaço Criança e uma Feira do Livro, decorreu a II FINTA (festival de teatro), uma mostra informática, outra de vídeos, bazares, etc.; foram tratados temas como as “Condições para o exercício das ADL's e o Quadro legal e político-institucional para o DL; realizaram-se concertos de música de Moçambique, Guiné-Bissau e Brasil; as ruas animaram-se com os Zés-Pereiras de Queimada, a Banda de Loriga, a Companhia Maribondo e os Bombos de Lavacolhos.